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sábado, 16 de junho de 2012

Óculos de realidade aumentada: Google registra patente


A gigante de buscas Google patenteou a tecnologia dos seus óculos de realidade aumentada, conhecida como “Glass Project”.

O que é RA?
Realidade Aumentada (RA) é a integração de informações virtuais a visualizações do mundo real, como, por exemplo, através de uma câmera. Atualmente, a maior parte das pesquisas em RA está ligada ao uso de vídeos transmitidos ao vivo, digitalmente processados e ampliados pela adição de gráficos criados pelo computador. Pesquisas avançadas incluem o uso de rastreamento de dados em movimento, reconhecimento de marcadores confiáveis, utilizando mecanismos de visão, e a construção de ambientes controlados, contendo qualquer número de sensores e atuadores.
A definição de Realidade Aumentada, dada por Ronald Azuma, é a mais aceita. A definição ignora um subconjunto do objetivo inicial da RA, mas é entendida como uma representação de todo o domínio da RA: Realidade Aumentada é um ambiente que envolve tanto a realidade virtual quanto elementos do mundo real, criando um ambiente misto em tempo real. Por exemplo, um usuário da RA pode utilizar óculos translúcidos e, através destes, poderia ver o mundo real, bem como imagens geradas por computador projetadas no mundo. Azuma define a Realidade Aumentada como um sistema que:

  • Combina elementos virtuais com o ambiente real.
  •  É interativa e tem processamento em tempo real.
  • É concebida em três dimensões.
Esta definição é utilizada em algumas partes da literatura de pesquisa em RA (Azuma, 1997). Já existem vários sistemas de manipulação da Realidade Aumentada, disponíveis gratuitamente. Existem aplicações educacionais, jogos e aplicações de RA nas mais variadas áreas, como: bioengenharia, física e geologia.

Mudando a visão da realidade

Óculos para realidade aumentada poderão ser colocados à venda até o fim do ano. Há muito tempo se fala de RA, que nada mais é do que acrescentar camadas de informação, extraídas da Internet, à realidade ao nosso redor. Segundo os especialistas, esta tecnologia pode ter, no futuro, uma infinidade de utilidades – desde ensinar a consertar o motor de um avião, até ver legendas em tempo real, se alguém falar conosco em chinês, por exemplo. Mas, ainda que a proliferação dos smartphones, nos últimos anos, nos tenha permitido vislumbrar o que é a RA, ainda não apareceu uma tecnologia que a faça deixar de ser uma simples curiosidade para entretenimento e que não nos obrigue a tirar o aparelho do bolso a todo momento.
Talvez por isso, a Google está aplicando grande parte da sua criatividade para o desenvolvimento dos óculos de RA. O produto final ainda é um mistério, mas já está gerando uma onda de rumores no mundo tecnológico. A última informação sobre o produto foi publicada em um blog do jornal americano The New York Times, no qual se afirma que os óculos poderiam ser colocados à venda até o final do ano, a um preço entre US$ 250 e US$ 600.
Ainda segundo o blog, funcionários da empresa informaram, anonimamente, que o dispositivo terá uma câmera de baixa resolução, para coletar imagens que seriam comparadas com dados online. Também seriam incorporados sensores de movimento e sistemas de posicionamento global (GPS). Outra mídia americana também publicou que a Google teria investido US$ 120 milhões em instalações para testar a “precisão de uma tecnologia ótica”. O projeto está sendo desenvolvido em total segredo pelo Google X, o laboratório para assuntos “top secret”, localizado na sede da companhia.

A Apple está no jogo
Comenta-se também a respeito de outro dispositivo portátil de RA em desenvolvimento pela Apple. Neste caso, seria algo parecido com o iPod Nano de pulseira, mas feito com cristal flexível. O usuário se comunicaria com o aparelho por meio do assistente virtual da Apple, o software Siri. Até agora, porém, a empresa não confirmou (nem desmentiu) nenhum dos rumores sobre esse dispositivo.


Aplicações da tecnologia
Desde 2008, os usuários já contam com aplicações de smartphones que permitem vislumbrar as possibilidades que a RA oferece. Com a aparição da computação de nuvem e o aumento das velocidades de transmissão de dados, os especialistas preveem um futuro brilhante para a RA, que poderá ter uso em âmbitos diversos, como educação, arquitetura, engenharia, indústria, publicidade e medicina. “Colocar camadas de informação adicionais sobre a realidade é incrivelmente útil”, afirmou Claudio Feijoo, subdiretor de investigação do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Universidade Politécnica de Madrid. “Imagine que alguém tenha que reparar o motor de um avião. Com a realidade aumentada, poderá saber como se chama cada peça, qual a sua função exata e o seu lugar exato no conjunto. Não seria a mesma coisa se ensinassem a você numa lousa”, ele comentou. “Numa cidade, alguém perdido pode colocar os óculos e eles indicarão como se chamam as ruas e qual o rumo correto a seguir”, acrescenta ele.

RA auditiva
Os pesquisadores já apontam para além da realidade aumentada visual e já falam da realidade aumentada auditiva. O cientista Jordi Janer explora o modo de incorporar elementos sonoros de RA na Universidade Pompeu Fabra, de Barcelona, na Espanha, e explica: “Nós estamos tentando desenvolver sistemas de áudio com realidade aumentada. Escutar mais coisas do que já escutamos. Isso criaria, por exemplo, a possibilidade de ir a um concerto e poder escutar mais um instrumento do que outro, ou estar em um ambiente com música alta e poder ‘aumentar o volume’ de alguém que fala conosco. Também se estuda incorporar sons a elementos reais armazenados na Internet. Isso permitiria, por exemplo, um Google Street View no qual se pudesse escutar o barulho dos carros e das pessoas ao passar.

Três patentes
Três patentes de um dispositivo de exibição para usar no rosto, com características dos tão falados óculos, foram submetidas a autoridades, pela Google, no último outono, no Hemisfério Norte. As patentes fazem referência a funções como a exibição de dados diante dos olhos do utilizador e reprodução de áudio. Em abril, a Google revelou detalhes de sua pesquisa sobre os óculos e mostrou um vídeo demonstrativo do protótipo. As patentes mostram imagens de diferentes versões de óculos de RA, alguns com lentes e outros sem elas. Os protótipos estão sendo testados por executivos da empresa, como Sergey Brin, co-fundador da empresa, e Gundotra Vic, executivo encarregado de redes sociais. O vídeo demonstrou uma simulação da visão dos óculos equipados com um microfone e uma pequena tela transparente sobre o olho direito do usuário. Além de exibirem informações sobre os arredores, os óculos possibilitariam a comunicação com outras pessoas, a navegação na web, a audição de músicas e a obtenção de fotos.

Outras empresas
Há outras empresas que pesquisam os óculos de RA, como, por exemplo, a californiana Oakley, que desenvolve óculos destinados a atletas. Outras empresas tentaram ser pioneiras do conceito, mas não foram muito longe porque, segundo analistas, as suas versões exigiam que os usuários carregassem uma bateria separada. Existem grandes oportunidades para a publicidade com os sistemas de realidade aumentada, principalmente se eles tiverem, embutido, o rastreio de localização GPS. As oportunidades de obter lucro seriam enormes, mas ainda há muitas questões envolvidas, como a diminuição das dimensões do aparelho e fazer com que o computador que recebe e processa os dados seja realmente portátil.

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